terça-feira, 24 de agosto de 2010

O PARADOXO DA INOVAÇÃO!


O enorme crescimento da competição fruto da globalização e do salto tecnológico e, uma maior maturidade do capitalismo criou nas empresas um comportamento obsessivo que requer atenção.

Hoje, os maiores interessados em tornar nossos produtos obsoletos somos nós mesmos; e devemos fazer isto antes que a concorrência o faça. Com o avanço da tecnologia ficou cada vez mais fácil fazer benchmarking e engenharia reversa, possibilitando a oferta de produtos tecnicamente parecidos, a preços semelhantes no mercado.

Frente a esta realidade, torna-se indispensável a criação contínua de novos diferenciais competitivos. Redescobrindo o poder da sedução dos consumidores pelo novo, as empresas se lançaram em uma busca nem sempre refletida de inovações.

Ainda que a inovação seja uma premissa atual, ela tende a ser, por outro lado, cada vez mais difícil e onerosa de manter-se ao longo do tempo. E é exatamente nisto que consiste o paradoxo da inovação:

"Quanto mais inovamos mais difíceis se tornam as próximas inovações e, portanto, a manutenção de uma estratégia competitiva baseada apenas na inovação".

A implantação de cada inovação tende a custar mais que a anterior porque para inovar são necessários novos aportes financeiros para pesquisa, desenvolvimento, planejamento, produção, marketing e comercialização. Eis o risco de cada inovação; se o mercado assimilar como valor este "novo" que estamos ofertando, todo nosso dispêndio terá sido investimento. Se não responder desta maneira, nosso dispêndio transforma-se imediatamente em custo!

Todo produto possui um ponto "ótimo", a partir do qual as novas modificações (inovações) começam a agregar um valor percebido cada vez menor. Partindo da clássica visão de marketing onde quem compra uma furadeira não precisa dela e sim dos furos, vemos que enquanto algumas empresas estão insistindo em inovar furadeiras (inovação redundante), outras podem investir em um novo paradigma para obter furos (inovação consistente).

A inovação ingenuamente conduzida pode estar na contramão de outra característica da competitividade atual: a redução de custos. Como lidar com estas ambiguidades?


O primeiro desafio é justamente vencer o comportamento obsessivo de fazer as coisas compulsiva e repetidamente sem a devida reflexão sobre suas repercussões no curto, médio e longo prazo. Ao adotar tal comportamento, as empresas se esquecem de perguntar qual é realmente a melhor estratégia para chegar ao resultado esperado.


Considerar apenas os aspectos positivos da estratégia centrada na inovação é equivalente a idealizar ingenuamente a diferenciação como o remédio para todos os males. A inovação não traz apenas benefícios, assim como o aumento do crédito e das exportações também não; é difícil encontrarmos no mundo algo que traga somente benefícios!

É fundamental observarmos a inovação dentro do contexto geral do negócio e não isoladamente; o vício de isolar uma só variável é a causa de muitas lacunas nas estratégias empresariais. Esta não é apenas a era da inovação, mas também a da inclusão, da redução de custos, das margens estreitas, da concorrência globalizada, da análise do risco, da busca de clusters, da inteligência competitiva, etc.


Cada uma destas variáveis altera as repercussões de cada inovação que introduzimos no mercado e seus efeitos sobre o nosso negócio. Ainda que teoricamente as possibilidades de inovar sejam ilimitadas, há um momento em cada mercado onde uma inovação adicional não compensa os esforços necessários para introduzi-la.


Veja este exemplo envolvendo a IBM, Apple e Intel. A Apple sempre foi reconhecida por seu foco em inovação e performance. Como a Apple já representava uma parcela pequena dentro dos negócios da IBM, tornou-se desinteressante para a IBM continuar investindo nas inovações solicitadas pela Apple na fabricação de processadores.


Para a Apple fazia-se necessária uma redução no custo de produção dos chips para ofertar seus computadores a preços competitivos no mercado, aumentando sua base de clientes. Como a Intel disponibiliza chips de excelente qualidade a preços muito competitivos, vimos uma grande mudança de paradigmas na fabricação do Macintosh, que passou a contar com chips da Intel.

Por que a IBM optou por não continuar investindo nas inovações solicitadas pela Apple?

A IBM, possuindo outras oportunidades de mercado muito mais lucrativas e com maior participação no seu negócio, percebeu que obteria melhores resultados abrindo mão de inovar esta linha de chips demandada apenas pela Apple e focando seus esforços nos negócios que realmente lhe são mais lucrativos. Como vimos, às vezes, não insistir na inovação de determinados produtos pode ser uma estratégia alternativa.

Outro grande perigo da inovação compulsiva é o aumento do estresse da decisão de compra.

Há no mercado muitas variações para um mesmo produto. Diante de, por exemplo, oitenta opções de creme dental, um consumidor sente uma ansiedade de decisão (decidir custa tempo) e, por mais que seja um experimentador nato, ele tende a buscar diminuir o estresse elegendo uma marca/opção e, uma vez obtendo satisfação, acaba fidelizando sua escolha. No longo prazo este fenômeno faz com que o perfil dos experimentadores torne-se gradativamente mais conservador.

Assim, quanto maior o volume de inovações em um curto espaço de tempo, mais difícil ficará a partir de um determinado momento que os consumidores queiram tão intensamente o novo em função do estresse de decisão de compra e de uma racionalidade de compra crescente. Cada inovação, a partir daí, terá que ser muito significativa e para consegui-las teremos que investir corretamente em P&D.

Peter Drucker disse com sua sabedoria de sempre:

"A inovação depende, ao mesmo tempo, de concepção e percepção. A inovação produtiva e sistemática começa com a análise das oportunidades".

Precisamos analisar se estamos ampliando ou diminuindo as oportunidades futuras introduzindo inovações de pequena relevância, que possuem ciclos de vida cada vez mais curtos, e custam cada vez mais caro. Isso pode funcionar no curto prazo, mas impossibilitar estratégias de médio e longo prazo.

Estratégias não são como o vinho, ao contrário, são como as uvas e possuem sua época própria. Consumi-las fora de época e sem refletir sobre o futuro é ingenuidade e falta de planejamento. Nosso foco é obter resultados crescentes para o negócio e não apenas a diferenciação dos produtos e serviços. O futuro do negócio, para algumas empresas, pode significar abandonar absolutamente estes produtos e serviços e até migrar para outros mercados transformando a própria natureza do negócio. No capitalismo, o capital migra sempre para onde estão as maiores oportunidades de lucratividade.

A grande questão não é inovar, mas sim quando e como inovar e, quando buscar outra estratégia. A busca obsessiva e irrefletida pela inovação pode significar miopia estratégica.

O foco da inovação excessivamente centrada no produto não condiz com a era pós-industrial. Enquanto insistem em inovar seus produtos, muitas empresas não percebem que seria melhor inovar seu marketing, seu estilo de gestão, sua imagem institucional e demais estratégias frente ao mercado.

Nosso foco deve ser resultado e para obtê-lo devemos considerar que o custo dos erros de um projeto hoje em dia comparado com o de dez anos atrás é exponencialmente maior. Errar tornou-se infinitamente mais caro e inadmissível. Portanto a decisão de inovar deve ser amplamente refletida e não apenas um impulso frente à tendência atual.

Encontre, especificamente para a sua empresa e o seu negócio quais são as melhores estratégias. Inovação é apenas uma delas!

Texto de Carlos Hilsdorf.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

IP or not IP…

Uma questão central no processo de inovação tecnológica, que vem sendo discutida amplamente tanto por parte das empresas como dos centros de pesquisa é a necessidade de proteção intelectual de invenções, para viabilizar a geração de inovações a partir delas. Para a empresa, uma tecnologia protegida significa vantagem competitiva. Para o centro de pesquisa, engrossa a estatística de produtividade científica e aumenta, em tese, o potencial de geração de royalties e transferências para o mercado.

Muito do que se fala em IP (do inglês, Intelectual Property), contudo, representa alguns mitos. Muitos desses mitos aparecem nesta ótima entrevista com Jackie Hutter, Chefe de Estratégia em IP e Fundador do The Hutter Group, feita pelo blogueiro Braden Kalley, do Blogging Innovation.

Ela mostra pecados por excesso e também por falta de IP na hora de lidar com invenções. Muitas vezes, a patente não é necessária, seja porque o produto ficará no mercado por um período curto, o mercado é limitado ou quando fortes relações comerciais fazem com que ela seja dispensável. Há ainda casos em que os advogados de IP (treinados para terem aversão ao risco), forçam o patenteamento muito cedo, antes que o produto seja testado, ainda que de forma piloto. Acaba-se patenteando produtos que se revelarão ruins no futuro ou gastando mais dinheiro em complementos àquela patente com os desenvolvimentos e melhorias adicionais, que sempre surgem no processo de scale-up.

Ela mostra ainda que em muitos casos, a área de IP é vista como um “centro de custo” do departamento jurídico e não de investimento. Em outras palavras, quanto menos for gasto ali, mais sobra para as áreas fins do negócio. Muitos executivos da área tem seus bônus atrelados a redução de custos nestas áreas e esse distanciamento do negócio faz com que proteções que representariam inovações de longo prazo para a empresa sejam mal feitas.

Por fim, diz que o maior mito é o de que “muitos profissionais acreditam que propriedade intelectual é um ativo institucional pronto para ser colhido sem nenhum trabalho de cultivo”. Em outras palavras, para uma organização ter IP, ela deve ter uma estratégia de IP. Vale a leitura!

PS: Obrigado ao pesquisador Carlos Figueroa, da Universidade de Caxias do Sul, pela indicação do artigo.

Foto: Metal Crhis

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

INOVAÇÃO CENTRADA NO CLIENTE: DANDO AO CLIENTE UM LUGAR À MESA

Gostaríamos de compartilhar um artigo de Mila D'Antonio, gerente editorial do 1to1 Magazine e do Customer Strategist Journal.

"A Aflac e a LG Mobile Phones são apenas duas das muitas empresas que utilizam o conteúdo gerado pelo usuário para ter idéias de produto e insights de marketing.


"I Like You a Latte", "Let Freedom Ring" e "Nut N Fancy" são apenas três dos 12 finalistas do segundo concurso interativo Dunkin Donuts (Create Dunkin's Next Donut)".

A competição dos “produtos gerados pelo usuário” produziu, no ano passado, impressionante métricas digitais. A campanha atraiu 130 mil participantes online, gerou 3 milhões de “Newsfeed” no Facebook, foram criadas 330 mil idéias de donuts e registrou uma participação média de tempo online de nove minutos. Para o Dunkin 'Donuts, a competição provou ser um excelente exemplo de crowdsourcing.

As campanhas de “produtos gerados pelos usuários”, como a do Dunkin Donuts, estão atraindo interesse tendo em vista que as empresas vêem o valor de aproveitar esses “influenciadores de massa” online, termo definido pelo autor de Groundswell e analista do Forrester, Josh Bernoff. No Forrester Consumer Marketing Forum realizado em abril, Bernoff informou que os “influenciadores de massa” são responsáveis por 80% dos pensamentos em mídias sociais. "É importante reconhecer que você precisa ouvir o que eles estão dizendo", diz Bernoff.

Na Aflac, os clientes disputam pelo melhor vídeo

A Aflac, empresa de seguros de saúde e de vida, por exemplo, está ouvindo as idéias de seus clientes e fãs através do lançamento de seu primeiro concurso de “vídeo gerado pelo usuário” chamado “10-Second Challenge”. A competição, que começou em março e teve lugar na página do Facebook da empresa e no site www.aflac.com, incentiva os consumidores a enviar vídeos de 10 segundos explicando o que o nome "Aflac" significa para eles. O grande vencedor receberá 25 mil dólares e os nove finalistas irão todos receber US $ 1.000.

James Wisdom, diretor de novas mídias da Aflac, diz que a empresa queria mudar de um nome familiar para uma necessidade familiar. "Acreditamos que se as pessoas entendem o que temos, então as pessoas vão comprar", diz Wisdom.

A idéia surgiu a partir do recente comercial de televisão da Aflac com o piloto da NASCAR Carl Edwards, no qual ele descreve a marca em 10 segundos. "Isso nos levou a pensar que se Carl Edwards pode definir a Aflac em 10 segundos, então talvez qualquer um pode defini-la em 10 segundos", diz Wisdom.

Wisdom estava certo. A partir de abril, a Aflac recebeu 150 inscrições, atingiu cerca de 200.000 visualizações de vídeo, 50.000 votos, e 1,6 milhões de “Newsfeed” no Facebook. Isso é todo um reconhecimento da marca, estudos internos da Aflac mostram que os clientes que utilizam mídias sociais têm uma maior propensão em comprar o produto, a medida de 1,6 milhões é uma boa tacada para Aflac. "Queremos definir e colaborar com os clientes em um espaço onde eles se sintam confortáveis e onde possam interagir diretamente com a marca", explica Wisdom.

Wisdom diz que a campanha faz parte de uma mudança geral dentro da Aflac para concentrar-se em campanhas de mídias sociais interativas. Sendo assim, o departamento de marketing tem integrado a mídia social com o serviço ao cliente, monitorando a marca Aflac e respondendo a quaisquer perguntas de serviço em tempo real. "Nós estamos tomando uma postura mais proativa", diz ele. "Uma das grandes coisas das mídias sociais é que elas correspondem ao maior focus group do mundo. Você recebe muita informação valiosa."

O concurso “10-Second Challenge” da Aflac irá fornecer insights ricos e valiosos, os quais a empresa poderá desenvolver potencialmente com publicidades “grátis” em sites de compartilhamento de vídeo como YouTube, Hulu, e BrightRoll. A Aflac ainda precisa determinar se o vídeo vencedor será apresentado em um comercial de televisão nacional, mas Wisdom diz que a empresa, provavelmente, continuará lançando no futuro campanhas geradas pelos usuários. "Do ponto de vista da produção, é um grande valor", ele diz. "Nós vamos continuar a olhar para isso como uma opção."

LG pede aos clientes para projetar celulares

A LG Mobile Phones é outra empresa voltando-se para os consumidores para obter idéias. Em março, a fabricante de celular fez uma parceria com a Autodesk e Crowdspring para realizar um concurso que dá aos consumidores a chance de projetar sua visão do próximo celular revolucionário da LG. Os três primeiros finalistas receberão US $ 20.000, $ 10.000, e US $ 5.000, juntamente com vários softwares de design da Autodesk.

Joanne Daudier, especialista em inovação de produtos da LG, disse que sua equipe desenvolveu a idéia porque queriam aproveitar a voz do cliente como um recurso. "Nós queríamos usar o consumidor, pois queríamos fontes adicionais de idéias", diz ela.

Em seu terceiro ano, Daudier relata que a LG recebeu 800 inscrições para o concurso. Em termos de reconhecimento da marca, ela diz que a equipe de relações públicas está monitorando o valor e determinou que há um maior conhecimento sobre o concurso. Os inscritos têm ajudado a equipe de inovação de produtos com ajustes em várias funcionalidades. Se a LG aprovar todas as idéias geradas a partir deste concurso, após o período de testes, os produtos beta terão alguns anos para se desenvolverem. Daudier explica o valor: "Vamos usar esta competição todos os anos, pois ajuda-nos a vir com idéias novas para testar."

Leia artigo relacionado:
O Valor da Interação com o Cliente
http://www.1to1.com.br/newsletter/newsletter.php3?data=2009-01-29#1

O Cliente Sempre tem Razão?
http://www.1to1.com.br/newsletter/newsletter.php3?data=2009-04-20#1

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Cinco dicas para inovação no ambiente familiar

Pessoal, gostaríamos de compartilhar cinco preciosas dicas que vão inspirar as crianças a se tornarem a próxima geração de inovadores (não importa se na ciência, negócios, artes etc.)

Inovação não é apenas uma descoberta ou um novo produto – é um estado de espírito. A inovação vem de ter uma capacidade de mudança que resulta em novas idéias, novos produtos e serviços ou novas formas de fazer as coisas. Inovação é fundamental para o país, para as organizações e profissionais, para os indivíduos e para o modo como criamos e educamos os nossos filhos.

Há muito a se compreender sobre inovação em todos esses níveis, razão pela qual eu escrevi o livro Estreitando a Lacuna da Inovação , iniciando o mesmo com uma discussão sobre cinco valores fundamentais – questionamento, risco, abertura, paciência e confiança – que quando estão em equilíbrio, compõem a capacidade de mudança. O que se segue é um breve panorama de como essas dicas de valor inestimável se relacionam com a educação de filhos inovadores.


1. Questionamento: Incentivar a curiosidade, fazendo perguntas, ouvindo, respondendo e fazendo mais perguntas. Como as questões são enquadradas é importante – seja curioso e não um julgador.

2. Risco: assumir riscos de forma inteligente, aprender a tentar e mesmo a falhar é fundamental para a inovação. Dê às crianças espaço para explorar. Incentive-as a tentar coisas novas e tratar o fracasso como uma experiência de aprendizagem. Pare de protegê-los tanto ou fazer as coisas para seus filhos.

3. Abertura: Inovadores precisam estar abertos para imaginar, para compartilhar ideias, colaborar e mudar. Fazer com que seus filhos tenham tempo para brincar e experimentar coisas novas off-line e on-line é importante. Ensinando-os a trabalhar em conjunto com os outros através das artes, esportes, projetos científicos ou em jogos online ajuda a aprender o quão poderosa a colaboração pode ser.

4. Paciência: Incentive-os, dando-lhes tempo para tentar abordagens diferentes para resolver um problema. Como todos sabemos, as crianças aprendem através exemplo, então é preciso ter paciência, pois esse processo vivido por eles leva um bom tempo. Não se apresse a ponto de pular etapas e resolver os problemas para eles. Em vez disso, esteja presente e de apoio enquanto você os deixa resolver sozinhos.

5. Confiança: É difícil estar dispostos a correr riscos ou ser aberto, se você não está em um ambiente de confiança. Receber o amor incondicional, a partir do dia em que nascem, fornece a base de confiança, que será a fundação que as crianças precisam para o futuro. À medida que elas forem crescendo, você deverá construir as coisas sobre essa base, ajudando-as a compreender os benefícios que vêm com a confiança, o que acontece quando a confiança é quebrada e como determinar em quem confiar ao longo da vida.

Cada fase da vida traz a mudança e tornar-se pai (ou mãe) traz impactos significativos sobre a forma como vivemos nossas vidas e definimos as nossas prioridades. Como muitos relacionamentos, ser pai requer aprendizado constante e adaptação conforme o seu filho (ou filhos) vai crescendo.

Os pais devem parar para pensar sobre como suas ações vão definir (positiva ou negativamente) o quão inovadores seus filhos serão. Também é importante no trabalho com as escolas para incentivar e apoiar o ambiente certo para desenvolver qualidades inovadoras em seus filhos, que serão tão importantes para o sucesso deles e para o futuro do país.

Fonte: DVS Editora

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A chave para inovação


Para inovar, uma empresa necessita criar um ambiente certo, uma cultura certa para inspirar as pessoas e potencializar suas mentes.


Há alguns bilhões de anos uma sopa química deu origem a vida em nosso planeta. Antigas formas de vida foram ficando mais e mais sofisticadas por meio de três simples mecanismos (mutação, cruzamento e seleção), fantasticamente explicados por Darwin, em 1859. Alguns organismos começaram a desenvolver estruturas neurais, capacidade de se comunicar e de criar ferramentas. Desenvolvemos a capacidade do design, de criar o novo, também criamos a arte, a ciência e a tecnologia, com a qual dominamos todas as outras formas de vida. Com a capacidade de criar aceleramos ainda mais o processo e ganhamos escala.

Mudamos tudo a nossa volta e criamos um modelo de vida além do que os recursos do planeta seriam capazes de sustentar. Alguém poderia dizer: “É porque somos muitos!”, mas será que é por isto mesmo? Se compararmos a biomassa humana com a biomassa das formigas, por exemplo, as formigas pesam de três a quatro vezes mais que nós. Seria o equivalente a ter 30 bilhões de pessoas no planeta atualmente. Também, alguém poderia dizer: “É porque não tem dinheiro para todo mundo!”, mas será que é falta de dinheiro? Lembro-me do Ted Turner, criador da CNN, dizer que os trilhões de dólares gastos na guerra-fria seriam suficientes para todo ser humano viver no paraíso material, ou seja, não é porque somos muitos ou porque não temos dinheiro, mas sim pelo modelo de vida que escolhemos.

Podemos pensar a tecnologia, a comunicação e a competição do mundo atual como partes de um processo similar aos usados na seleção natural. A tecnologia atua como um mecanismo de mutação e constantemente gera novas possibilidades. A comunicação e a conectividade permitem a combinação de ideias equivalente a um mecanismo de cruzamento. E, por fim, a competição dos mercados atua como um grande processo de seleção, decidindo o que sobrevive e passa para a próxima geração. Uma dinâmica capaz de nos manter em constante revolução e de criar toda essa diversidade de ideias, produtos, serviços e experiências que estamos presenciando.

Darwin nunca disse que era o mais forte ou o mais inteligente que sobrevive, o que ele nos disse foi: “Quem sobrevive é quem está mais preparado para mudanças, ou seja, o mais adaptável”. Em um mundo de extrema competição como o que estamos vivendo, pessoas e organizações precisam aprender a se adaptar, cada vez mais rápido.

O que determina o sucesso de uma organização é a capacidade de atrair a atenção dos consumidores para as suas ideias, produtos ou serviços. E, para isso, é preciso se diferenciar. A essência da inovação é a busca pela diferenciação. A tentativa de deixar o cardume e buscar uma nova alternativa. Algo que, até então, não acontece na tecnologia ou em qualquer outro lugar, mas exclusivamente em nossas mentes. Uma capacidade que não dá para ser percebida pelo exterior. Não importa a idade, a origem, o sexo ou a cor da gravata, mas envolve a capacidade de navegar no problema sem se perder; modelar o todo e as partes, fazer as perguntas certas, nas horas certas; vencer aparentes contradições; manter a mente de criança; arriscar; e, assim, criar e contar uma nova história.

Conhecimento é a chave para abrir as portas da inovação e está diretamente ligado com a qualidade de nossas fontes e o treinamento intelectual que nos colocamos. Se procurarmos ideias radicalmente diferentes, nossa perspectiva precisa ser radicalmente diferente. Richard Feynman, ganhador do Prêmio Nobel de Física de 1965, costumava dizer que se colocava no lugar de marcianos para se perguntar: “O que eles iriam achar se encontrassem tal problema?”

Para inovar, uma empresa necessita criar um ambiente certo, uma cultura certa para inspirar as pessoas e potencializar suas mentes a atingir todo seu potencial. Não adianta comprar máquinas, processos, sistemas e não trabalhar o indivíduo. Trata-se da tarefa mais importante para os líderes de hoje. Em inovação não existem fórmulas. Antes de criar as inovações, precisamos criar os inovadores.

Charles Bezerra (Diretor-executivo do Gad’Innovation. Possui Ph.D. em Design pelo Illinois Institute of Technology e trabalhou como consultor de inovação em vários projetos internacionais para empresas como Steelcase, Sabre Holdings e Marriott Hotels. Foi gerente de design para América Latina da Motorola e ganhou o prêmio de ouro no IDEA’08. Também é autor do livro “O designer humilde: lógica e ética para inovação”)

FONTE: HSM

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Inovação: a disciplina que chegou para ficar

Mais do que uma matéria necessária, a Inovação chegou na agenda das empresas para ficar. Consultor aborda como as empresas devem otimizar essa disciplina





Se analisarmos a história empresarial, disciplinas como produtividade, qualidade e marketing foram sendo incorporadas no seio das empresas para dar uma resposta às mudanças do ambiente, tornando-as mais competitivas. Hoje elas são requerimentos básicos para qualquer companhia que vislumbre ter um futuro competitivo e bem-sucedido.

A inovação é a nova matéria que deve ser incluída nas empresas. Muito além de uma moda, chegou para ficar. Como o resto das cadeiras dos cursos de graduação, a inovação tem evoluído com o tempo até alcançar um nível de maturidade tal que sua inclusão na empresa é tão certa quanto necessária.
Hoje podemos afirmar que as melhores práticas de inovação permitem gerar receitas rentáveis, de forma sustentável, e que as empresas que a incluíram de maneira eficaz têm resultados notórios no mercado. A inovação também deve ser estudada e debatida, e é uma matéria indispensável em qualquer MBA.

Se voltarmos no tempo, a inovação evoluiu rapidamente nos últimos 50 anos. Primeiramente, acreditava-se que a inovação podia ser realizada por poucos escolhidos, inspirados ou artistas. Atualmente, sabe-se que qualquer um pode inovar, deve-se apenas aplicar as condições e técnicas adequadas para liberar todo o potencial das pessoas envolvidas.

Outros mitos e enganos sobre os processos de inovação foram sendo desmistificados com o tempo. Achava-se que a inovação tinha que ser feita em lugares distantes e com informações sigilosas. Hoje é de conhecimento que, conectando-se diferentes atores no processo, são obtidas mais ideias e melhores resultados com menor investimento e risco.

Além disso, a definição de inovação sofreu alterações e mutações com o passar dos anos, sobretudo com o desenvolvimento dos processos. Pensava-se que inovar era lançar novos produtos e serviços, mas hoje é notório que se deve inovar em um sentido amplo, como declara o Manual de Oslo em sua definição de inovação: recomenda-se inovar também os modelos de negócio, processos e o modo como as empresas organizam e fazem a gestão de seus recursos humanos.

Os tipos de inovação também foram se modificando ao longo do tempo. Atualmente, a implantação de uma cultura diferenciada na empresa, independentemente da área de atuação, é considerada uma inovação. A descoberta de novas aplicações para conceitos e práticas já são utilizadas também.

A partir de estudos e definições de especialistas, chegou-se a alguns objetos focais da inovação. Eles poderiam, e até deveriam, ser trabalhados como matérias em institutos e universidades. A inovação de produto, um dos casos, consiste em modificações nos atributos do produto, com mudança na forma como ele é percebido pelos consumidores. Um exemplo são os automóveis com câmbio automático, em comparação aos "convencionais".

Outro tipo é a inovação de processos, que trata de mudanças na forma de produção de bens ou serviços. Não gera necessariamente impacto no produto final, mas cria benefícios na linha de criação, geralmente com aumento de produtividade e redução de custos. Um exemplo é a comparação entre um automóvel produzido por robôs e outro, por operários humanos.

Último tipo nesta lista, a inovação do modelo de negócio considera mudanças na forma como o produto ou serviço é oferecido ao mercado. Não implica necessariamente alterações no produto ou mesmo no processo pelo qual ele é produzido, mas sim na forma como ele é levado ao mercado. Novamente o exemplo é o automóvel que, desta vez, é alugado ao consumidor, que passa a pagar uma mensalidade pelo uso do veículo, com direito a seguro, manutenção e troca pelo modelo mais novo a cada ano, em comparação ao modelo de negócio tradicional, focado na venda do veículo.

Com todas essas mudanças, chegamos a um patamar de conhecimento e aplicação das inovações que permite às empresas criar comitês e áreas para centralizar as descobertas. Em muitos dos casos, os melhores exemplos são as inovações cruzadas, que promovem interação entre diversos setores, em busca de melhora significativa. A utilização de descobertas em uma área pode trazer avanços importantes em assuntos que, teoricamente, não apresentam nenhuma interligação.

Uma das formas mais recentes da matéria é tornar a inovação aberta. E, com o advento das redes sociais, as empresas, especialmente pequenas e médias, estão se valendo diretamente das opiniões e ideias dos consumidores e entusiastas, para criar novos produtos e serviços, e melhorar o nível do que apresentam a esses mesmos públicos.

Outra vantagem do processo de inovação é o fato de que ele pode unir matérias e assuntos totalmente diferentes, gerando benefícios para empresas, produtos e pessoas, ao mesmo tempo. Considerando que sua capacidade de gerar vantagens competitivas a médio e longo prazo se torna essencial para a sustentabilidade das empresas e dos países no futuro.

Exatamente por esse motivo, reconhecidos líderes empresariais do País já tomaram a iniciativa e estão incluindo em suas companhias as mudanças necessárias para que a inovação seja parte do DNA empresarial, para obter resultados tangíveis dos quais todos poderão usufruir em pouco tempo.

Rafael Garrid (Sócio da everis, consultoria multinacional que oferece soluções de negócio globais e tecnologia da informação)

Fonte: HSM, link para o site

segunda-feira, 24 de maio de 2010

10 lições sobre gestão da criatividade e inovação

Dica do Blog do Marcelão, fonte original do TERRAFORUM.


1. Não é preciso ter cabelo vermelho para ser criativo : Digamos que você não precisa ser uma pessoa excentrica para ser criativa. Criatividade depende muito mais de atitude, coragem e contexto, sendo que considero as duas primeiras mais importantes e fazem a diferença daqueles que não esperam uma crise para se tornarem criativos;

2. Criatividade é algo bem diferente de Inovação : Criatividade está ligada ao pensar, Inovação está ligada ao fazer. Inovação é a comercialização da criatividade. Portanto, se a idéia não gerar dinheiro novo, então não é inovação;

3. Inovação Organizacional depende de vários tipos de atores e equipes sempre são mais produtivas do que indivíduos : Com certeza, você consegue um maior número de inovações quando você tem equipes multi-disciplinares, pois é importante a combinação de várias perspectivas e visões de mundo diferentes de mundo para gerar inovação. Mas eu não concordo com o uso da palavra “SEMPRE” nessa lição. Temos que respeitar também aqueles que pensam tão diferente que precisam ser colocados para trabalhar sozinhos e dar a importância ao pensamento não-convencional, como escreveu a Adriana em um post do blog da HSM (Clique aqui para acessar). Além disso, eu sou contra esse tipo de generalização;

4. Inovação depende de uma cultura favorável, mas o foco excessivo na cultura pode ser contra-produtivo : Tudo que é radical é prejudicial. Muitos comentam sobre o clima do Google parecer uma bagunça, mas eu diria que é uma bagunça organizada onde do caos surge a ordem. Na verdade, trata-se de uma empresa que sabe conciliar disciplina com liberdade, algo que muitas empresas ainda não conseguiram;

5. Diferentes tipos de inovação necessitam de diferentes tipos de processos: Não existem fórmulas mágicas. Para cada inovação deve-se adotar práticas diferentes e combinação de práticas diferentes;

6. Inovação organizacional exige habilidade de gestão de risco e gestão de portfolio : A Adriana já havia comentado sobre isso no post acima citado (Clique aqui para acessar), Inovação vem de risco. Ela pode levar a empresa ao sucessso ou a fracasso. Por isso a importância de se ter empreendedores corporativos dentro da empresa, pois são pessoas que sentem-se a vontade para lidar com riscos;

7. Inovação organizacional não vinga se não estiver ligada ao negócio : É o que escrevi acima na lição 2 : Inovação é a comercialização da criatividade;

8. Inovação organizacional precisa ser medida : Se o uso for para mostrar para alta organização os resultados obtidos com inovação a fim de justificar o investimento cada vez maior em inovação na gestão e nos negócios, eu concordo. Se for para medir o processo de inovação, sou totalmente contra;

9. Inovação vem cada vez mais de fora da empresa : Cada vez mais as empresas estão percebendo que o cliente é a razão de ser de qualquer organização e que, cada vez mais, deve-se investir em canais de CONVERSA com seus clientes. Por essa razãom há tanto interesse nas redes sociais, pois elas aproximam as empresas de seus clientes. A observação que faço é que, para trazer o cliente para dentro desse processo, é preciso HUMANIZAR a empresa;

10. Inovação precisa ser celebrada : Eu diria que não só a inovação, mas tudo o que é resultado diferencial dentro de uma empresa deve ser comemorado. Sempre cito nas minhas palestras o caso de um colega meu que entregou 3 projetos dentro do prazo e eu liguei para ele para parabeniza-los. Ele me agradeceu muito e disse que era a primeira vez que alguém fazia isso por ele. Na maioria das vezes, as empresas acham que seus funcionários não fizeram mais do que a obrigação. Temos que reverter essa situação com urgência;


Se quiser colocar em prática alguns desses itens, venha inovar gratuitamente: www.ideiar.com.br