quarta-feira, 27 de maio de 2009

Twitter cresce, mas não gera receita

Deu no Wall Street Journal, traduzida no Valor Econômico do dia 26 de maio: o Twitter, apesar de seu crescimento estratosférico, ainda não gera receita significativa sequer para manter seu pessoal.

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Abaixo, a íntegra da notícia publicada no Valor.

O Twitter Inc. enfrenta vários desafios internos - de contratar a manter o serviço funcionando - à medida que seu popular serviço de microblogs passa por um momento de crescimento súbito e estratosférico sem produzir receita significativa.

Mesmo com o total de usuários do Twitter chegando a estimados 32,1 milhões, ante 1,6 milhão há um ano, a empresa, sediada em San Francisco, tem contratado lentamente. O Twitter tem apenas 45 funcionários, ante 21 em janeiro, e contratou pouca gente com experiência em administração ou vendas.

A maioria dos empregados do Twitter tem precisado se focar em manter no ar o serviço, que permite aos usuários publicar e ler textos curtos, de cunho eminentemente pessoal. Assim, a empresa teve que trocar atualização e melhorias no produto pelo foco no crescimento.

O maior desafio dos fundadores da empresa, Evan Williams e Biz Stone, é aumentar o quadro de pessoal para fazer frente ao crescimento do número de usuários ao mesmo tempo em que elaboram um modelo de negócios. O serviço é gratuito e a empresa não vende anúncios. Algumas pessoas também temem que seja difícil demais para o Twitter acompanhar as expectativas dos usuários em relação à confiabilidade e recursos sem receita.

"O Twitter não tem receita para compensar as despesas", diz o analista Allen Weiner, da Gartner Inc.

A administração e o direcionamento do Twitter devem ser temas importantes hoje, quando Williams e Stone serão entrevistados durante a conferência sobre tecnologia D: All Things Digital, promovida pelo Wall Street Journal em Carlsbad, Califórnia.

Numa entrevista ao Wall Street Journal na sexta-feira, Williams, o diretor-presidente do Twitter, admitiu que o tamanho da empresa, juntamente com o pequeno número de funcionários, tem sido um fator restritivo. "Durante a trajetória inteira da empresa (de três anos), a maioria dos recursos foi direcionada para o crescimento, e essa situação continua existindo", diz ele, acrescentando que o Twitter pode chegar a 90 empregados até o fim de 2009. "Se não estivéssemos crescendo tão rápido, poderíamos criar muito mais coisas."

Williams, de 37 anos, e Stone, de 35, dizem não sentir pressão externa para mudar sua abordagem.

Eles preferem desenvolver a empresa lentamente, para encontrar as pessoas certas que se encaixem na sua cultura. "Queremos criar algo diferente e único na empresa, algo tão importante quanto o serviço", diz Williams.

Mesmo assim, Williams, que vendeu o portal de weblogs Blogger ao Google Inc. em 2003, reconhece que caminha em território inexplorado. "Criei um monte de empresas, mas nunca administrei nenhuma deste tamanho."

De fato, Williams e Stone se veem às voltas com um número crescente de tarefas, à medida que o Twitter, criado como um projeto secundário em 2006, se tornou um sucesso estrondoso. Além de lidar com o súbito aumento de usuários e com a manutenção do serviço, o Google e a Microsoft Corp. também rondam a empresa com propostas de potenciais parcerias em buscas ou propaganda ligada a resultados de busca, segundo pessoas a par da situação.

O Google se negou a fazer comentários sobre o assunto.

Enquanto isso, o Twitter também sofre pressão para provar que veio para ficar, já que muitos usuários perdem o interesse depois de experimentar o serviço.

Continua a haver especulação de que a empresa está sendo vendida.

O Twitter captou US$ 35 milhões de investidores de capital de risco em fevereiro, além de cerca de US$ 20 milhões que já tinha levantado. Naquele mês, o Twitter foi avaliado em US$ 255 milhões, o que torna improvável que a empresa seja vendida por menos de US$ 1 bilhão, dizem pessoas a par da questão.

Uma porta-voz do Twitter diz que a empresa está focada em construir um negócio com "valor duradouro".

O Twitter aumentou o foco em receita e oportunidades de parceria.

Ano passado, contratou um diretor de desenvolvimento de negócios em celular e começou a analisar centenas de propostas de parceria que já tinha recebido.

O Twitter vai precisar eventualmente de mais "gente de negócios", diz Williams, mas essa "é uma parte da empresa que ainda não expandimos".

Williams e Stone também precisam se focar na manutenção do Twitter, porque, embora o desempenho do serviço tenha melhorado, ele ainda fica ocasionalmente fora do ar e muitas vezes é lento.

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